Eu preciso criar um sistema, ou ser escravizado pelo de outro homem. Eu não vou raciocinar e comparar; meu negócio é criar.

- William Blake

Monday, February 26, 2024

Sem D&D? Sem problema!

Entendo que muita gente tenha ficado chateada com a notícia de que não teremos mais D&D em português, ao menos por ora.

Estou aqui para lembrar que temos inúmeros RPGs em português, muitos tão bons ou melhores que esse, e deixar algumas dicas rápidas.

- A versão em português do SRD do próprio D&D ainda está disponível de maneira gratuita. Sinceramente, não precisa de mais nada para jogar 5e, o resto são opções de personagem, etc., que para mim não fazem falta.

- O Brasil tem alguns bons RPGs old school como Old Dragon e Caves & Hexes, muitas vezes com versões gratuitas também. Outras RPGs brasileiros que não conheço tão bem são: Tagmar (estou entregando minha idade, rs), Tormenta, Ordem Paranormal, Trevas, etc.


- Também temos bons RPG traduzidos. Aqui minhas principais recomendações são: Shadow of the Demon Lord e DCC RPG, dois jogos excelentes. Também temos CoC, Vampiro, Witcher, Conan, Guerra dos Tronos, etc.

- Parar de jogar D&D tem pelo menos três vantagens: conhecer novos RPGs, o que é sempre bom; ter acesso a material gratuito ou mais barato que o D&D; e parar de apoiar a WotC, que é uma empresa complicada por vários motivos (a discussão é longa e valeria um post específico, mas para começo de conversa... para quem apoiar uma empresa que não quer vender para os fãs brasileiros?).

Estou dizendo isso apenas para contar alternativas para quem não queira procurar material em inglês. Claro que aprender inglês tem várias vantagens, inclusive no mundo do RPGs.
Bons jogos!

Thursday, February 1, 2024

Apêndice N: os livros que inspiraram D&D (+ onde começar a ler fantasia)

Se você quer aprender mais sobre as origens do D&D, você precisa conhecer o Apêndice N.

O Apêndice N é uma lista de livros que inspiraram Gary Gygax, o criador de D&D (junto com Dave Arneson), no desenvolvimento do jogo. A lista está integralmente reproduzida abaixo.


Esse post é um pequeno guia de como começar a desbravar essa enorme lista de obras... e se divertir no processo!


E se você gosta de literatura, dá uma olhada no meu outro blog!



Lendo em inglês

Uma grande parte da lista do Apêndice N não é facilmente encontrada em português (em alguns casos, são difíceis de comprar até mesmo em inglês). 

É claro que aprender inglês é indispensável para ter uma compreensão profunda do D&D e suas origens, mas você não precisa saber falar inglês para ter contato com as principais obras que eu vou recomendar aqui.

De qualquer forma, hoje temos inúmeras ferramentas gratuitas para traduzir qualquer texto que você precise.

Se você já fala bem inglês, dê uma olhada na versão em inglês desse post que tem algumas informações adicionais.

Comprando e baixando livros


Alguns dos livros da lista estão em domínio público e podem ser baixados gratuitamente online. Muitas das histórias curtas dos autores mencionados abaixo também pode ser encontrados online.

Meus favoritos - por onde começar.


Para você começar a ter contato com o Apêndice N, eu selecionei meus autores favoritos - nove fazem parte da lista original, e dois últimos não fazem mas eu considero boas recomendações para qualquer fã de fantasia. 

A maioria deles pode ser encontrada em português e já possui títulos traduzidos. Alguns estão com título em inglês, pois não consegui encontrar uma versão de fácil acesso em português no momento em que escrevi este post.

Segue a minha lista:

 - Moorcock, Michael. Elric de Melniboné (video).

 - Tolkien, J. R. R. O Hobbit, O Senhor dos Anéis.

 - Burroughs, Edgar Rice. Uma princesa de Marte.

 - Leiber, Fritz. Contos como “Ill-Met in Lankhmar”, “Lean Times in Lankhmar”, “Bazaar of the Bizarre”.

 - Dunsany, Lord. The Book of Wonder, ou A Filha do Rei de Elfland.

 - Lovecraft, H. P. Favorites: qualquer coletânea; alguns contos favoritos são O Chamado de Cthulhu, Nas Montanhas da Loucura, A Cor que Caiu do Espaço, A Sombra sobre Innsmouth, O Horror de Dunwich, Nas Paredes de Eryx..

 - Howard, R. E. : Unhas Vermelhas, A Torre do Elefante, Rainha da Costa Negra, O Povo do Círculo Negro.

 - Vance, Jack: The Eyes of the Overworld.

 - Anderson, Poul. The Broken Sword.

 - Smith, C. A.. Qualquer coletânea de contos; "Os Contos de Zothique: O Último Continente" parece ter uma boa seleção. Se você lê em inglês, pode achar contos como The Vaults of Yoh-Vombis, The Beast of Averoigne, The Tale of Satampra Zeiros, The Empire of the Necromancers, The Isle of the Torturers, The Abominations of Yondo online.

 - Le Guin, Ursula K. - O feiticeiro de Terramar.

O Apêndice N

Esse é o Apêndice N original. Eu traduzi o texto (com ajuda de IA, rs) mas mantive os nomes dos livros no original, uma vez que nem todos podem ser encontrados em português.

APÊNDICE N: LEITURA INSPIRACIONAL E EDUCACIONAL

"A inspiração para todo o trabalho de fantasia que realizei deriva diretamente do amor que meu pai demonstrava quando eu era criança, pois ele passava muitas horas contando-me histórias que ia inventando, contos de velhos encapuzados que podiam conceder desejos, de anéis mágicos e espadas encantadas, ou de feiticeiros malvados e destemidos espadachins.

Além disso, inúmeras centenas de quadrinhos foram consumidos, e os já desaparecidos [quadrinhos[ da EC certamente tiveram seu efeito. Filmes de ficção científica, fantasia e horror foram uma grande influência. Na verdade, todos nós tendemos a receber porções generosas de fantasia quando somos muito jovens, provenientes de contos de fadas como os escritos pelos Irmãos Grimm e Andrew Lang. Isso frequentemente nos leva a ler livros de mitologia, folhear bestiários e consultar compilações dos mitos de várias terras e povos.

Sobre essa base, construí meu interesse em fantasia, sendo um ávido leitor de toda a literatura de ficção científica e fantasia desde 1950. Os seguintes autores foram de inspiração particular para mim. Em alguns casos, cito obras específicas; em outros, simplesmente recomendo toda a sua escrita de fantasia para você. A partir de tais fontes, assim como de qualquer outra escrita imaginativa ou roteiro, você será capaz de colher sementes das quais crescerão os frutos de campanhas emocionantes. Boas leituras!"

 

Anderson, Poul: THREE HEARTS AND THREE LIONS; THE HIGH CRUSADE; THE BROKEN SWORD
Bellairs, John: THE FACE IN THE FROST
Brackett, Leigh
Brown, Frederic
Burroughs, Edgar Rice: “Pellucidar” series; Mars series; Venus series
Carter, Lin: “World’s End” series
de Camp, L. Sprague: LEST DARKNESS FALL; THE FALLIBLE FIEND; et al
de Camp & Pratt: “Harold Shea” series; THE CARNELIAN CUBE
Derleth, August
Dunsany, Lord
Farmer, P. J.: “The World of the Tiers” series; et al
Fox, Gardner: “Kothar” series; “Kyrik” series; et al
Howard, R. E.: “Conan” series
Lanier, Sterling: HIERO’S JOURNEY
Leiber, Fritz: “Fafhrd & Gray Mouser” series; et al
Lovecraft, H. P.
Merritt, A.: CREEP, SHADOW, CREEP; MOON POOL; DWELLERS IN THE MIRAGE; et al
Moorcock, Michael: STORMBRINGER; STEALER OF SOULS; “Hawkmoon” series (esp. the first three books)
Norton, Andre
Offutt, Andrew J.: editor of SWORDS AGAINST DARKNESS III
Pratt, Fletcher: BLUE STAR; et al
Saberhagen, Fred: CHANGELING EARTH; et al
St. Clair, Margaret: THE SHADOW PEOPLE; SIGN OF THE LABRYS.
Tolkien, J. R. R.: THE HOBBIT; “Ring trilogy”
Vance, Jack: THE EYES OF THE OVERWORLD; THE DYING EARTH; et al
Weinbaum, Stanley
Wellman, Manley Wade
Williamson, Jack
Zelazny, Roger: JACK OF SHADOWS; “Amber” series; et al

 

As influências mais imediatas sobre o AD&D provavelmente foram de Camp & Pratt, R. E. Howard, Fritz Leiber, Jack Vance, H. P. Lovecraft e A. Merritt; no entanto, todos os autores mencionados acima, assim como muitos não listados, certamente ajudaram a moldar a forma do jogo. Por essa razão, e pelo prazer de horas de leitura, recomendo calorosamente as obras desses excelentes autores a você.

– E. Gary Gygax, 1979, AD&D Dungeon Masters Guide, p. 224

É isso! E como disse Gygax, boas leituras!

Monday, April 3, 2023

Novo blog + O poder da espada, de Joe Abercrombie (resenha)

Eu sei que esse blog anda um pouco silencioso. A verdade é que eu ainda não consegui encotnrar um público em português que seja comparável ao do meu blog em inglês, e também não tenho feito vídeos para o Canal GONG, que trazia alguma tráfego para cá (mas o canal ainda está lá com vídeos legais do meu amigo Marcus todos os dias!). 

De qualquer forma, eu senti necessidade de começar um novo blog, tratando especificamente de livros e literatura. Ele se chama "Jornadas ao Desconhecido". Quando tiver alguma coisa que seja bastante relevante para RPG, eu vou postar aqui também. E se você quiser me ouvir falar sobre fantasia, ficção científica, Dostoiévski, Borges, e assim por diante, dê uma olhada por lá! 

Essa resenha recente, que reproduzo abaixo, tem tudo a ver com RPG!

---

"Por que eu continuo fazendo isso?", se pergunta o inquisidor Glotka, logo no início do livro. É uma questão que assombra o livro inteiro: os personagens não tem motivações claras, e muitas vezes é difícil entender o que eles estão buscando. Além do inquisidor*, temos um guerreiro nórdico que parece estar satisfeito em apenas sobreviver, e um soldado do reino central pouco motivado para vencer um campeonato de esgrima, mas que, eventualmente, pode ser convencido por um pouco de psicologia reversa. E por fim, o mago de milhares de anos de idade e tem os seus próprios motivos misteriosos. Bem mais tarde, nós vamos conhecer Ferro, uma brava guerreira sulista que age como um animal selvagem o tempo todo e tem várias habilidades interessantes. Por exemplo, ela é daltônica e mesmo assim consegue ser irritantemente racista.

(* Aqui, a Inquisição é uma polícia ao estilo soviético. Ao contrário da inquisição medieval, não há advogados, processo, acusação, etc., e o número de vítimas fatais parece ser mais significativo.)

Há algo de artificial em todos os personagens. Eles cumprem seus papéis na trama, sem parecer com pessoas reais. Ao ao invés de invocar arquétipos, ele se parecem mais com caricaturas: o nobre pomposo, o guerreiro nórdico, o mago sábio e poderoso, o aleijado muito esperto de moral duvidosa, a sulista selvagem. Suas características são exageradas: o nobre é extremamente arrogante, a sulista demasiadamente agressiva, o nórdico completamente estoico - e ainda se mostra um berserker num momento de batalha.



A exceção talvez seja o major West, um personagem menor que tem uma irmã com um papel importante na trama e até alguma nuance. Os demais personagens quase não tem relações significativas com suas famílias e amigos - quanto tem famílias e amigos. Os vilões não são muito melhores: temos padres manipuladores, mercadores gananciosos, e criaturas muito parecidas com orcs. Um adversário extremamente poderoso esfaqueia o próprio braço para mostrar como é forte.

O cenário, nesse primeiro livro, também tem pouco a oferecer: gelo e guerreiros ao norte, areia e guerreiros ao sul, impérios antigos, magos, "orcs", e assim por diante. Os "comedores" são um pouco mais interessantes, mas até agora parecem simplesmente criaturas malignas sem propósito - "ghouls" com um nome mais tedioso.

A história também não traz grandes surpresas. Esse é o primeiro livro de uma trilogia, e vai ficando cada vez mais evidente que ele está preparando, e não contando, uma saga. Pouco acontece nesse primeiro livro, provavelmente para justificar os acontecimentos grandiosos do futuro. Se você me dissesse que os próximos livros são mais interessantes, eu provavelmente acreditaria. Eu li brevemente alguns resumos e a história parece melhorar conforme o tempo. Infelizmente, é improvável que eu procure esses livros - talvez alguma outra obra do autor.

Eu me interessei por esse livro pois achei tê-lo visto citado como um exemplo de "dark fantasy". Certamente houve um engano. O primeiro livro não é o grande exemplar do gênero de fantasia, mas também não é exatamente "dark". Não há um senso de tragédia, ou decadência dos personagens principais. Ao contrário, os personagens passam por uma leve ascensão: o arrogante se torna menos arrogante, o guerreiro derrotado e desarmado ganha força e uma espada mágica, o torturador chega a valorizar contato humano. Há humor negro, mas o tom é mais épico do que "dark". O que livro tem é uma coleção de coisas que se convencionou chamar "temas adultos": palavrões, tortura, membros decepados, um certo pessimismo em relação às instituições e comparações frequentes das coisas com "merda". O conteúdo sexual, por outro lado, é bem limitado. Novamente, os livros posteriores parecem acrescentar reviravoltas, dilemas morais e tons de cinza.

Há também pontos positivos. O livro certamente é uma leitura dinâmica, e em muitos momentos eu fiquei ansioso para saber o que aconteceria em seguida (infelizmente, pouco acontece nesse livro) e não conseguia parar ler. Os personagens, ainda que estereotipados, tem defeitos e nuances interessantes. E a sociedade apresenta alguma complexidade com suas guildas, ordens, e bancos.

O livro traz vários pontos de vista. Os pensamentos dos personagens são descritos com certa frequência. As paisagens também recebem descrições minuciosas. Cenas de combate e ação são frequentes, mas não especialmente interessantes, nem realistas. Isso te atrai, talvez você aprecie o livro.

A história da trilogia como um todo parece atraente suficiente para que eu cogite ler outros livros do autor ou ao menos uma adaptação em quadrinhos. O livro tem uma pegada cinematográfica, que me faz pensar que uma adaptação para TV também poderia ser interessante. 

Talvez eu esteja exigindo demais do primeiro livro do autor - ou julgando como um livro autosuficente algo que é uma simples introdução para uma história maior. Ainda assim, mesmo numa trilogia um livro deve bastar por si só.

Ou talvez eu esteja comparando o livro com clássicos como Tolkien, Moorcock, Anderson, ou até George R.R. Martin, que o recomenda. O Poder da Espada não está nesse nível, mas é melhor que o último livro que li de Eddings, talvez à altura de um Glenn Cook ou Nicholas Eames, um pouco menos divertido do que os primerios livro do Witcher. Não é grande coisa, mas é promissor. 

Thursday, September 1, 2022

A arte de Rick Troula!

Queridos amigos, meu parça Rick Troula criou uma campanha no Catarse para financiar o livro de arte dele. O link da campanha é esse aqui:


Além de ter ilustrado vários dos meus livros de RPG (especialmente o Teratogenicon e capa do Dark Fantasy Basic), ele trabalhou em filmes, videogames, quadrinhos, jogos de cartas, e outros RPGs legais (Dragon Heresy, etc.). 

Tem MUITA arte legal de RPG nesse livro dele, além de outros temas. É só dar uma olhada no link acima pra ver alguns exemplos!

E, pra quem comprar logo, tem um desconto ("mecenas ligeiro").


Essa campanha tem entrega todo o Brasil. O Rick vai estar entregando livros na CCXP também.

Friday, August 13, 2021

Explicando D&D: vantagem e desvantagem

Vantagem e desvantagem são mecânicas introduzidas oficialmente no D&D na 5ª edição. Como diz o DRS:

Vantagem e Desvantagem

Às vezes, uma habilidade especial ou magia lhe conferem vantagem ou desvantagem em um teste de atributo, salvaguarda ou jogada de ataque. Quando isso ocorre, você realiza o teste ou jogada com 2d20, e usa o maior dos dois resultados, se tem vantagem, ou o menor, se tem desvantagem. Por exemplo, caso tenha desvantagem e obtenha duas jogadas de 17 e 5, deve usar o 5. Se, em vez disso, tem vantagem, e tira esses mesmos números, deve usar o 17.

Mas quanto isso te ajuda, exatamente, na hora de rolar os dados? 

Bom, aqui está uma comparação rápida entre vantagem / desvantagem e bônus fixos.  

Funciona assim: se você precisar rolar 5 ou mais no d20 (coluna a), você tem 80% de chance de sucesso (coluna b), ou cerca de 96% se tiver vantagem, ou 64% se tiver desvantagem - o que significa que, neste caso, a vantagem ou desvantagem é equivalente a um bônus ou penalidade de 3,2 (arredondado para 3 na última coluna).

Se você precisa tirar 11 no dado, ter vantagem é parecido com um bônus de +5.
Número necessário no d20
Chance (%)
Vantagem 
(%)
Desvantagem
(%)
Bônus
 Arredondado 
1
100.00
100.00
100.00
0
0
2
95.00
99.75
90.25
0.95
1
3
90.00
99.00
81.00
1.8
2
4
85.00
97.75
72.25
2.55
3
5
80.00
96.00
64.00
3.2
3
6
75.00
93.75
56.25
3.75
4
7
70.00
91.00
49.00
4.2
4
8
65.00
87.75
42.25
4.55
5
9
60.00
84.00
36.00
4.8
5
10
55.00
79.75
30.25
4.95
5
11
50.00
75.00
25.00
5
5
12
45.00
69.75
20.25
4.95
5
13
40.00
64.00
16.00
4.8
5
14
35.00
57.75
12.25
4.55
5
15
30.00
51.00
9.00
4.2
4
16
25.00
43.75
6.25
3.75
4
17
20.00
36.00
4.00
3.2
3
18
15.00
27.75
2.25
2.55
3
19
10.00
19.00
1.00
1.8
2
20
5.00
9.75
0.25
0.95
1

Como você pode ver, contanto que você precise rolar algo entre 8 e 14, o bônus / penalidade ter ter vantagem/desvantagem é equivalente a +5/-5, ou um pouco menos. 

Mas se você precisa de um 20 no dado para ter sucesso, ter vantagem é apenas equivalente a um bônus de +1 - o que não é tão ruim assim, já que dobra suas chances de sucesso. Por outro lado, a magia "Bênção" geralmente é melhor do que ter vantagem se você precisa de um 19 ou 20 no dado! 

O bônus / penalidade médio é 3,5 - o que equivale a rolar um d6 e adicioná-lo ao d20 (observe que desconsiderei a linha "1", já que não há sentido em rolar se você precisar rolar 1 ou mais - e se você tem uma solução diferente, explique o seu raciocínio nos comentários).

Também vale lembrar que essa comparação não leva em consideração os benefícios de um 20 natural (como um acerto crítico, etc.).

Se a média é 3,5, porque usamos +5 ou menos 5 no caso de percepção passiva, por exemplo? Bom, considerando os níveis de CD (Classes de Dificuldade) e os atributos/proficiências/armadura dos inimigos que você vai encontrar durante o jogo, é bem provável que o número que você precisa tirar no d20 para ter sucesso fica entre 8 e 14, mesmo.


Esses números não são tão difíceis de lembrar (mas também não são tão fáceis). Você pode achar mais fácil ajustar suas chances de fracasso, ao usar a vantagem, ou suas chances de sucesso, ao usar a desvantagem. Por exemplo, você sabe que tem 20% de chance de rolar 17 ou mais - com desvantagem, isso cai para 4% apenas (20% vezes 20%). Se você tem vantagem, por outro lado, sua chance de falha cai de 80% para 16%, o que é 80% de 80% (fonte). Ou apenas memorize a tabela acima.

Não estou defendendo a substituição da vantagem / desvantagem por outra coisa*. Mas esse conhecimento pode ser útil de muitas maneiras: para calcular rapidamente suas chances ao rolar dois d20s, comparar vantagem / desvantagem a vários bônus e penalidades (cobertura, bênção, etc.), traduzir vantagem / desvantagem para outras formas de D&D e assim por diante. 

Melhor ainda, agora você pode rolar dez d20 se dez goblins estiverem atacando o grupo com vantagem**, em vez de rolar vinte vezes! 

* Na verdade, eu realmente gosto dessa mecânica. O mais legal nisso tudo é que a vantagem é SEMPRE muito relevante para suas chances. Mesmo nos extremos (quando você precisa de um 20 natural, por exemplo), lembre-se de que o bônus de +1 dobrará suas chances! O que se enquadra no domínio da granularidade razoável para mim. 

** Mesma fonte - obrigado, Rob Conley! Além disso, cada 19-20 deve ser um crítico se você usar este sistema em vez de vantagem.

E você, gosta dessa mecânica? Me diga o que acha nos comentários!

Saturday, April 24, 2021

Explicando D&D (5e) - Armaduras e escudos

Segue uma breve análise das armaduras e escudos de D&D 5ª edição, em vídeo.


Essa é a minha tabela de armaduras simplificada:


Também deixo deixo um desconto para o meu livro, Manual of Arms: Armor and Shields, de onde essa tabela foi tirada (e traduzida). Esse desconto é por tempo limitado!




Explicando D&D (5e) - Armas

Segue uma breve análise das armas de D&D 5ª edição, em vídeo.


Deixo também um desconto para o meu livro, Manual of Arms. Esse desconto é por tempo limitado!